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Memórias do Polo Petroquímico

ACB OPINIÃO 302

  • 30 de abril de 2018 - 09:00

Adary Oliveira – Presidente da ACB

José Clemente Oliveira foi um dos mais lúcidos economistas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tendo sido seu diretor e meu colega de diretoria da Financiamento de Insumos Básicos S.A. – Fibase, empresa subsidiária integral do BNDES. Foi um dos funcionários de carreira do Banco que mais contribuiu para a implantação do Polo.

Em 1988, em comemoração aos dez anos do início da operação do Polo, ele teve a ideia de colher depoimentos de personalidades que contribuíram com a concepção e implantação do polo e publica-la em forma de livro. Hoje, 30anos depois, dentro das comemorações dos 40 anos do Polo, reproduzo trechos de alguns desses depoimentos.

Paulo Vieira Belotti – “Essa ação requereu amplo trabalho de articulação entre a burocracia estatal e o setor privado. Pode-se mesmo afirmar que a implantação da petroquímica brasileira constitui o exemplo de como se pode organizar o crescimento tendo o Estado como parceiro, como aliado competente”.

Rômulo Almeida – “A ideia do Copec correspondia a uma estratégia regional de desconcentração concentrada, por um lado; por outro, à utilização da maior oportunidade de indústria básica no Nordeste, efetivamente no setor químico, o que não se limitava à Bahia, mas correspondia a recursos dispersos em Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte (e associada a recursos minerais inorgânicos em outros estados), o que inspirou a concepção de um “eixo químico no Nordeste”, acolhida pelo II PND, do governo Geisel”.

Carlos Mariani Bittencourt – “O envolvimento do Grupo Banco da Bahia com a atividade petroquímica       se iniciou no ano de 1968, quando, por proposta do vice-presidente do Banco Comercial, Hamilton Prisco Paraíso, a diretoria do Grupo foi autorizada, em março, a contratar uma empresa de consultoria baiana, dirigida por elementos originários do Sul, mas que tinham visualizado na Bahia a possibilidade de um mercado de trabalho ligado à expansão que se previa no Nordeste e para lá tinham deslocado alguma competência em termos de consultoria de projeto. Essa empresa chamava-se Serba S.A. Consultoria”.

Luiz Viana Filho – “Assegurada a implantação do pólo petroquímico, cuidamos de criar o pólo de Camaçari, que abrigaria o conjunto petroquímico da Bahia. Por proposta do secretário Barros Sobrinho, substituto de Ângelo Sá, que passara para a Secretaria da Fazenda, assinamos o Decreto nº 22.146, de 20 de novembro de 1970, declarando de utilidade pública, para efeito de desapropriação, área de aproximadamente 233 quilômetros quadrados destinada à implantação do Pólo de Camaçari”.

Antônio Carlos Magalhães – “O trabalho realizado junto ao general Geisel, então presidente da Petrobras, e ao presidente Médici foi decisivo. Ambos se engajaram na luta pela petroquímica na Bahia. Escolhido governador, o presidente Médici autorizou-me a ver o seu discurso em mãos do general Otávio Costa, que o redigira. Médici visitaria a Bahia em 22 de maio e me levaria, como levou, em sua comitiva. Otávio Costa, que redigiu um belo discurso, inseriu, a meu pedido, um trecho fixando o pólo petroquímico do Nordeste na Bahia. Médici, da sacada do Palácio Rio Branco, em 22 de maio de 1970, tornava público o seu compromisso”.

Marcus Vinicius Pratini de Moraes – “A primeira referência que ouvi sobre o pólo petroquímico do Nordeste foi durante o governo Castello Branco, quando visitei o Centro Industrial de Aratu. O governador da Bahia era Lomanto Júnior. Lomanto e Victor Gradin me apresentaram a primeira ideia sobre o que viria a ser o complexo petroquímico de Camaçari. Eu era nessa época secretário-geral do Conselho de Desenvolvimento Industrial, de cuja criação participara, assessorando o então ministro Daniel Faraco. No Geiquim, que também criamos, o secretário-executivo era Juvenal Osório Gomes”.

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