Cinco acontecimentos que, sem dúvida, impulsionaram com pujança o progresso da Bahia foram a descoberta do petróleo, em 1939, a constituição da Universidade Federal da Bahia, em 1946, a inauguração do Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso, em 1955, a expansão do agronegócio, nos anos 1980 e os investimentos em energia renovável do início do Século XXI.
A perseverança de Oscar Cordeiro e Manoel Ignácio Bastos que descobriram o petróleo em Lobato, subúrbio de Salvador, marcaram o início de uma aventura que culminou com o primeiro poço comercial de petróleo em Candeias, em 1941, o início do funcionamento da Refinaria de Mataripe, em 1950, a fundação da Petrobras, em 1953 e a partida das primeiras unidades fabris do Polo Petroquímico de Camaçari, em 1978. Dificilmente outro marco histórico trará para a Bahia desdobramentos da mesma envergadura da importância do petróleo para o seu desenvolvimento.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi constituída em 1946 e sucedeu a Escola de Cirurgia da Bahia fundada por D. João VI logo após a família real portuguesa desembarcar em Salvador em 1808. Edgar Santos, seu primeiro reitor, sabedor da vocação natural do baiano para as artes, juntou às tradicionais escolas de Medicina, Odontologia, Farmácia, Direito, Politécnica, Filosofia e Ciências Econômicas, as faculdades de Belas Artes, Arquitetura, Administração, Enfermagem, Música, Teatro, Dança, trazendo para a Bahia renomados intelectuais europeus que contribuíram para o surgimento de movimentos como o Cinema Novo, Grupo de Compositores da Bahia e Tropicália. Hoje, a UFBA disponibiliza 112 diferentes cursos universitários com 94 cursos de graduação.
O Complexo Hidroelétrico de Paulo Afonso, hoje com 5 usinas e produção de 4.279,6 megawatts de energia, começou a ser construído no início da década de 1950 e a primeira usina foi inaugurada em 1955 pelo presidente Café Filho. Sua construção foi um grande desafio para a engenharia brasileira com aproveitamento de um desnível natural de 80 metros do Rio São Francisco. O Complexo de usinas tem a segunda maior capacidade instalada dentre as usinas brasileiras. Paulo Afonso tem importância não só para a Bahia como para todo o Nordeste e foi de fundamental importância para o início de um novo ciclo de desenvolvimento industrial.
A expansão do agronegócio no oeste da Bahia, iniciada nos anos 1980, onde outrora se chamava as barrancas do Rio São Francisco, é de encher os olhos de qualquer pessoa. São quase 1,5 milhão de hectares de soja, mais de 200 mil hectares de milho, quase 300 mil hectares de algodão e mais de 10 mil hectares de café irrigado. A área plantada de eucalipto para a produção de celulose de fibra curta, o estado segundo maior produtor do Brasil, com concentração maior nos municípios do Sul, é de cerca de 700 mil hectares, com produtividade das mais altas do mundo: 65m3 por ha/ano. Aqui realmente em se plantando tudo dá. O crescimento da produção de celulose da Bahia ocorreu após o sucesso do projeto Aracruz, no Espírito Santo, nos anos 1970, fruto da teimosia de homens como Haakon Lorentzen e Marcos Viana que contra todos, inclusive o Banco Mundial, que se negou a financiar o projeto, introduziram no mundo essa nova commodity.
Os investimentos em energia renovável que estão sendo realizados na Bahia, capitaneados pela energia eólica e energia solar, representam a mais importante fronteira do desenvolvimento do Estado nos dias atuais. Existem hoje 239 empreendimentos na geração de energia eólica sendo 186 projetos comercializados nos leilões de energia realizados pela ANEEL. Por enquanto existem emoperação 70 projetos com capacidade instalada de 1.750,1 megawatts e, a forte incidência dos ventos no interior apontam para um potencial de geração equivalente a quatro usinas da binacional Itaipu. Em relação à energia solar, estão em implantação mais de três dezenas de usinas fotovoltaicas, prestes a entrar em operação, alcançando uma capacidade instalada próxima a 1.000 megawatts.
Se deseja que a persistência dos homens, a intelectualidade de seus mestres, a energia de seus rios, a terra de boa qualidade, a abundante insolação e os bons ventos da Bahia, induzam ao surgimento de novas ideias capazes de marcar novas eras.