Adary Oliveira – Presidente da ACB
A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) teve origem na Bahia com a fundação da Associação Comercial da Bahia (ACB) em 15 de julho de 1811, a mais antiga entidade empresarial das Américas. Os seguidores de D. Marcos de Noronha e Brito, VIII Conde dos Arcos de Val-de-Vez e último vice-rei do Brasil, expandiram-se pelo País organizados em cerca de 2.500 Associações Comerciais e Empresariais (ACEs) e 27 Federações de Associações Comerciais e Empresariais (FACEs) que compõem a CACB a nível nacional.
A CACB busca na realização de serviços para os associados a sua auto sustentabilidade dando essa orientação às filiadas ACEs e FACEs. Os serviços laborados, em número de quase duas dezenas, vão desde a certificação de origem, certificação digital e proteção ao crédito, às negociações conjuntas dos planos de saúde e da remoção das cobranças iméritas de concessionárias de serviço público. A CACB desenvolveu esse modo de sobrevivência por não contar com as contribuições compulsórias oficiais das corporações, financiadoras de várias entidades associativas, muitas vezes limitantes de suas ações, sobretudo nas de natureza política.
A CACB deu uma demonstração de força ao realizar no Rio de Janeiro, de 12 a 14 de junho deste ano, o 11th World Chambers Congress (WCC), em parceria com a International Chamber of Commerce (ICC) e a World Chambers Federation (ICC), reunindo empresários de cerca de 100 países para conhecerem as oportunidades de investimentos no Brasil e debaterem as questões do mundo empresarial de hoje e do futuro. O evento, de porte mundial, foi realizado pela primeira vez na América do Sul. Durante os três dias foram discutidos problemas da disrupção, advindos da revolução digital, o explosivo aumento do e-commerce, o crescimento da complexidade comercial, o arrojo da solução dos conflitos com a conciliação, mediação e arbitragem, o avanço do blockchain diante das inovações tecnológicas, a análise das estratégias da Ibero-America na promoção de negócios, a corrupção e as questões a ela relacionadas, o papel desempenhado pelas pequenas e médias empresas no comércio mundial, os desafios e oportunidades apresentados pelas mudanças climáticas, o papel da educação na economia global, os certificados de origem e sua importância no comércio internacional, as novas fronteiras operacionais do comércio, o financiamento das operações comerciais e as oportunidades de expansão das inovações oferecidas pelas statups. Enfim, os empresários dos cinco continentes tiveram no Rio de Janeiro a oportunidade de discutir os principais temas mundiais dos negócios com palestras, workshops e debates, refletindo sobre o destino de seus interesses no mundo atual.
A ACB, que esteve representada no WCC por dois de seus diretores, tem recebido todo apoio da CACB na implantação de novos serviços, seguindo seus propósitos de orientar seus associados e empresários na defesa de seus interesses comuns e os da comunidade em geral. A ACB se integra ao sistema da CACB através da Federação das Associação Comercial e Empresarial da Bahia (FACEB), mantendo atitude de colaboração e fortalecimento dessa entidade representativa da classe empresarial.
Com seus 208 anos de vida a ACB comemora sua brilhante performance servindo de palco para importantes decisões empresariais que impactam positivamente a economia da Bahia e do Brasil. Além de prestar serviços segue sua tradição de manifestações, colocando-se contra o projeto do Executivo Municipal que desejava fechar o Porto de Salvador, defendendo, com sucesso, o arrendamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), ao invés da pretendida hibernação, e participação ativa do projeto de Revitalização do Comércio que prevê, entre outas medidas, a transferência de 80% da administração da Prefeitura Municipal de Salvador para o Bairro do Comércio. Assim, a associação primaz do Brasil e das Américas, em conjunto com a CACB, segue com os pés no território da Bahia, olhando para o Brasil e para o mundo, como autora central de sua história ao percorrer seu terceiro século de existência.