A tão falada revitalização do bairro do Comércio ganhou novo impulso com a decisão do prefeito ACM Neto de transferir 80% da administração municipal de Salvador para a Cidade Baixa. Secretarias e demais órgãos municipais passariam a ocupar edifícios vazios da cercania da Praça Municipal, na Cidade Baixa, ao invés de se construir um Centro Administrativo. A decisão foi anunciada durante a solenidade que marcou o início das obras de requalificação da Rua Miguel Calmon, projetada para ser a rua modelo de Salvador.
A ideia que está sendo analisada, sugerida pelos empresários da Associação Comercial da Bahia, é a dos proprietários das edificações para onde seriam relocadas as secretarias municipais, fazerem as reformas necessárias para adaptação dos imóveis ao funcionamento de cada uma das repartições públicas por sua conta. Os contratos de locação poderiam, eventualmente, servir de garantia perante as instituições financeiras para obtenção de financiamento de médio prazo, com tempo de carência equivalente ao de duração das obras de reforma. Isso evitaria que a Prefeitura Municipal viesse a aplicar recursos públicos em imóvel de propriedade particular.
Atualmente boa parte das salas que abrigam os organismos da administração do município estão espalhados por toda a cidade nos bairros da Graça, Brotas, Barris, Águas Claras, Centro, entre outros. Passariam a ocupar espaços vazios próximos ao Paço Municipal com fácil acesso pelo Elevador Lacerda e Plano Inclinado Gonçalves, reduzindo sobremaneira os custos locacionais e administrativos.
Os empresários do bairro também seriam beneficiados pois, o Comércio passaria a ser frequentado por milhares de funcionários públicos e pelos contribuintes que diariamente visitam essas repartições em busca de solução para seus problemas. O aumento da frequência de pessoas ativaria o comércio local e a Rua do Corpo Santo voltaria a ser a rua das lojas de material esportivo e as casas de material de construção, nas proximidades da igreja da Conceição da Praia, seriam fortalecidas com reativação de seus negócios. Isso sem falar dos restaurantes, lanchonetes, lojas de rua, mercados, templos religiosos e cem números de atividades econômicas e sociais.
Também, está sendo sugerido ao alcaide que a Fundação Mário Leal Ferreira, por abrigar urbanistas conhecedores do bairro e da cidade, elaborem um Plano Diretor com zoneamento incluindo as áreas a serem ocupadas pela administração municipal, universidades, entretenimento, turismo, comércio e sobretudo, as que serão ocupadas por repúblicas de estudantes; residências de servidores municipais; moradias de funcionários do Porto de Salvador e de suas empresas intervenientes; habitações de comerciários; e por casas e apartamentos de todos aqueles que desejam morar próximo ao seu local de trabalho e/ou estudo. Isso irá contribuir para que o Comércio volte a ser um bairro completo: elegante, festeiro, charmoso, seguro, laborioso, divertido, alegre, intelectual e emoldure briosamente a bela Baía de Todos os Santos.
A conclusão dos serviços que transformarão a Rua Miguel Calmon na mais moderna via pública da Primeira Capital do Brasil, prometida pelo prefeito ACM Neto para antes do Natal, será o marco principal do início da revitalização do Comércio. O prazo agradou a todos, e se algum atraso acontecer, seria de bom que o término se desse antes do dia da Lavagem do Bonfim.
A revitalização do Comércio é uma oportunidade rara de realização em que todos estão a favor, onde todos da cidade saem ganhando: governo, servidores públicos, trabalhadores, produtores de bens e serviços e, principalmente, os bravos comerciantes do bairro que apesar dos anos de abandono conseguiram sobreviver e não arredar o pé do lugar.