A sobrevivência das empresas está relacionada com sua capacidade de superar as adversidades adaptando-se às contínuas mudanças do ambiente dos negócios e da conjuntura econômica. Em tempo de crise, num mesmo ramo de negócio, sobrevivem as empresas que conseguem melhor produtividade e a mais aprimorada sintonia com os desejos dos consumidores. A sobrevivência exige foco e cuidados com os três Es: Eficiência, Eficácia e Efetividade.
A Eficiência diz respeito a fazer as coisas de maneira apropriada, sem desperdícios, sem perda de tempo, do melhor jeito possível. Está relacionada a resolver problemas, encontrar soluções de forma plena, ir até o fim sem deixar nada inacabado pelo caminho. Economizar tudo que for possível em termos de recursos materiais, protegendo tudo que for aplicado. Cumprir o dever da forma mais completa possível, não esquecendo da ética e dos bons costumes. Perseguir incansavelmente a diretriz de redução de custos, acreditando sempre nessa possibilidade.
A Eficácia está ligada a fazer as coisas certas, de forma direta, sem rodeios improdutivos. Vale também originar alternativas criativas, objetivas, sensatas, direcionadas para o alvo. Esgotar todas as possibilidades, maximizar a utilização de todos os recursos, humanos, materiais e financeiros, otimizar os resultados. Aumentar o lucro sempre que possível, sem depreciação dos valores humanos e sem descuido com a preservação do meio ambiente.
A Efetividade pode ser traduzida como a manutenção dos resultados globais positivos ao longo do tempo. Sempre apresentar tendência de melhora, assegurando a permanência no mercado. Não descuidar de nada, ressaltando os pontos fortes, eliminando os pontos fracos, aproveitando inteligentemente as oportunidades e protegendo-se das constantes ameaças.
O ambiente pessimista que estamos vivendo parece exigir dos economistas a reformulação de muitas das suas teorias. Como explicar a demora da retomada da atividade econômica se a inflação está baixa e contida, o PIB estabilizado, a taxa referencial de juro baixa e estabilizada, os preços das commodities em bom patamar, o câmbio favorável para as exportações, a ociosidade da indústria dispensando os investimentos de curto prazo e a ampla disponibilidade de mão de obra? Será que estamos sendo afetados pelos resultados indesejados da participação da nossa seleção no campeonato mundial de futebol? Será que a lista de políticos candidatos ainda não preencheu nossas expectativas por não conterem propostas inovadoras?
Por quê persistem em níveis elevados o imenso número de desempregados? O ambiente de pessimismo contagia a todos e é um grande empecilho para a sobrevivência das empresas. A busca da eficiência, da eficácia e da efetividade, não está sendo satisfatória para encontrar o alívio da sobrevivência para muitas empresas. Neste momento é preciso que todos sejam solidários. Está na hora dos bancos arrefecerem as taxas de juros, principalmente dos empréstimos de curto prazo, do governo ser mais flexível, não introduzindo mais impostos, do Judiciário pegar de leve com a insegurança jurídica, de todos se colocarem do mesmo lado, no sentido de empurrar a economia para a frente. É indispensável que todos saiam um pouco de suas posições de conforto para que a retomada se inicie, senão continuaremos descendo ladeira abaixo.
Urge, portanto, nesse jogo perla sobrevivência, a adoção de posição que traduza a condição que seja melhor para todos, de forma conjunta, não a que represente a posição ótima para poucos indivíduos. Vale aqui repetir o que nos ensinou nosso grande poeta Gregório de Matos, ao escrever: “O todo sem a parte não é todo, a parte sem o todo não é parte, mas se a parte faz o todo, sendo parte, não se diga, que é parte, sendo todo”.