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As 7 obras inacabadas

ACB OPINIÃO 312

  • 09 de julho de 2018 - 15:54

Adary Oliveira – Presidente da ACB

O número 7 tem significado definido como místico, mágico e metafórico. Desde a citação bíblica dos 7 pecados capitais, das 7 maravilhas do mundo, dos 7 dias da semana e das 7 cores do arco-íris, aos folclóricos 7 vidas do gato, pintar o 7, o 7 é conta de mentiroso,  e no futebol, esquecendo o 7 x 1, das 7 partidas que a seleção precisa jogar na Copa para ser campeão mundial e do cara que toca 7 instrumentos, que o 7 se distingue dos demais algarismos. Isso sem falar da numerologia particular de cada um de nós. Eu, por exemplo, sem esgotar as coincidências, tenho muitos setes em minha vida. Éramos 7 irmãos, morei numa pensão na Av. 7 de setembro 343 (7 ao cubo). Dos nove algarismos arábicos significativos que usamos a regra para saber se um número é múltiplo de sete é a única complicada.

Existem muitas obras que entra governo e sai governo e elas continuam inacabadas. Escolhi as 7 mais importantes e prometo retira-las da lista à medida que forem sendo concluídas. Não que a as suas realizações levem todos os pobres a ascenderem à classe média, mas melhoraria a vida de muita gente e daria outro significado à nossa combalida economia. Segue a relação que escolhi.

  1. Construção da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) – importantíssima para escoamento da produção de minérios e de produtos agrícolas do Oeste do Estado, criando um importante vetor de desenvolvimento para a região;
  2. Instalação do Porto Sul, nas proximidades de Ilhéus – porto offshore na ponta extrema da Fiol, assegurando o escoamento de produtos destinados a outras regiões do país e no exterior, capaz de atrair novos investimentos produtivos;
  3. Ampliação do Porto de Aratu-Candeias – dos três terminais graneleiros, de sólidos, de líquidos e de produtos gasosos, o Terminal de Granéis Líquidos (TGL) é o mais crítico. A lentidão da carga e descarga faz com que os proprietários das mercadorias sejam penalizados com elevadas multas (demurage);
  4. Aumento da capacidade do Terminal de Contêineres (Tecon) do Porto de Salvador – muitos dos bens produzidos na Bahia, a exemplo dos grãos exportados pelo Porto de Paranaguá (PR), das frutas exportadas pelos Portos de Pecém (CE) e Suape (PE), das rochas, pedras ornamentais e celulose, exportados pelos portos do Espírito Santo, por deficiências que tornam o Porto de Salvador menos atrativo do ponto de vista operacional, trazem prejuízos incalculáveis para a Bahia;
  5. Recuperação da Hidrovia do Rio São Francisco – o desenrocamento, a retificação da margens e dragagem dos bancos de areia, entre Pirapora e Juazeiro, trariam de volta ao setor de transporte este importante modal, reduzindo custos, integrando microrregiões e contribuindo para perenização do Rio da Integração Nacional;
  6. Extensão das linhas de transmissão de energia elétrica – o atraso na construção de novas linhas de transmissão de energia elétrica tem retardado a implantação de novos parques de geração eólica e fotovoltaicas;
  7. Construção da Ponte Salvador-Itaparica – recém colocada no papel, tida pelos seus autores como importante eixo de ligação de Salvador com o Baixo-Sul da Bahia, entrou para a lista de projetos inacabáveis e, pelo jeito, deve permanecer aí por algum tempo.

Não se pode deixar de reconhecer os esforços que estão sendo feitos para se obter bom andamento e conclusão dessas obras, como aconteceu com o Metrô de Salvador e ampliação do Aeroporto, que saíram da relação de obras inacabadas. Mas também se permite dizer que a fila de espera persiste, e deve ficar inalterada por muito tempo. Prometo manter a lista atualizada, fazendo inclusões e exclusões, mas mantendo a relação com 7.

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