Por Yuri Abreu
Pelo segundo ano seguido, o número de cruzeiros que devem aportar na capital baiana deve aumentar. Se entre as temporadas 2015/2016 e 2016/2017 a expectativa era de um acréscimo de 5% nas paradas, em Salvador, dos navios que vem de diversas partes do Brasil e do mundo, para a temporada 2017/2018, em comparação com a última, o índice deve ser superior a 8%: 51 chegadas contra 47.
Isso também deve se refletir na subida do número de passageiros. Na última temporada, 133.677 turistas chegaram ao Porto de Salvador nos 47 cruzeiros. Para esta, a expectativa é a de que aportem na capital pouco mais de 151 mil pessoas, um incremento de 13,5%. O primeiro deles – o MSC Preziosa – chega daqui a um mês, na manhã do dia 15 de novembro, vindo da cidade espanhola de Santa Cruz de Tenerife com destino a Búzios, no Rio de Janeiro.
Os pouco mais de quatro mil passageiros esperados devem ficar na cidade por cerca de nove horas. Já o último navio, exatamente o mesmo modelo do primeiro, deve chegar apenas no final da tarde do dia 10 de abril de 2018, oriundo da cidade de Santos, em São Paulo, partindo às 14h do dia seguinte, 11 de abril.
Contudo, apesar dos números, o trade turístico aponta que este segmento vem tendo perdas significativas em todo o país. “A cada ano as paradas no Brasil vem sendo reduzidas. Enquanto essa indústria cresce em todo mundo, o país está em posição contrária. Temos um problema sério que é o chamado Custo Brasil, o que faz com que não dê para manter a frota com a mesma intensidade em relação a anos anteriores”, explicou Avani Perez Duran, coordenadora da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomercio.
De acordo com a gestora, a situação acarreta problemas como a redução de turistas na cidade. Com uma média estimada de gastos superior aos R$ 720, o dinheiro injetado na economia costuma contribuir para segmentos como os de restaurantes, museus, ambulantes, entre outros. “O comércio como um todo é beneficiado”, apontou Avani.
“O impacto existe, pois o turista gasta nos passeios, nas visitas aos pontos turísticos e isso gera gastos, mas ainda em pouco em relação ao que já tivemos em relação a alguns anos, quando já tivemos cerca de 300 mil pessoas chegando a Salvador”, analisou Paulo Gaudenzi, presidente do Salvador Destination.
Para ele, três fatores podem ser contributivos para que a situação esteja ocorrendo: o trabalho forte que é realizado em outros países estrangeiros com relação aos cruzeiros, a complicada legislação trabalhista para lidar com a contratação deste tipo de pessoal e os altos preços cobrados pelos práticos de navio que, segundo ele são diferentes dos cobrados em outros países do mundo.
Fonte: Jornal Tribuna da Bahia.