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Por Romulo Faro
Líder da oposição no Congresso Nacional, o deputado federal baiano Afonso Florence minimizou em entrevista à Tribuna a ‘indignação’ do colega de parlamento e conterrâneo José Carlos Aleluia (DEM), sobre a inclusão de 84 cidades dos estados Minas Gerais e Espírito Santo, ambos da região Sudeste, na Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Florence disse que nem se aprofundou muito nas discussões, e que seu voto favorável à aprovação do projeto no dia 31 último foi obediência à orientação do PT na Câmara dos Deputados.
A Sudene é um órgão vinculado ao Ministério da Integração Nacional. Já tinha municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo inseridos antes. “Nós não tínhamos que discutir critérios técnicos. O que sabemos é que a Sudene atende a municípios que passam as dificuldades peculiares ao clima semiárido”, minimizou Florence.
O deputado acusou Aleluia e “a turma do prefeito ACM Neto (DEM)” de estarem querendo “desviar o foco da situação gravíssima” do decreto por meio do qual o presidente Michel Temer liberou a venda de todas as empresas de economia mista do Brasil, publicado nesta semana. Afonso Florence criticou ainda a investida do governo federal para privatizar a Eletrobrás. “Essa controversa é falsa, é coisa da turma do DEM e de Temer, que quer privatizar a Eletrobrás e a Caixa Econômica Federal. Querem desviar o foco. Parece piada”, disse o petista.
Além de Afonso Florence, votaram a favor da inclusão dos 84 municípios à Sudene os baianos Cláudio Cajado (DEM), Alice Portugal (PCdoB), Daniel Almeida (PCdoB), Davidson Magalhães (PCdoB), Félix Mendonça Jr. (PDT), Erivelton Santana (PEN), Lúcio Vieira Lima (PMDB), Cacá Leão (PP), Roberto Britto (PP), Ronaldo Carletto (PP), Arthur Maia (PPS), João Carlos Bacelar (PR), José Carlos Araújo (PR), Antônio Brito (PSD), José Nunes (PSD), Sérgio Brito (PSD), Nelson Pelegrino (PT), Valmir Assunção (PT) e Waldenor Pereira (PT).
A Sudene é uma autarquia do Ministério da Integração Nacional e concede benefícios fiscais para empresas com o objetivo de estimular o desenvolvimento regional. Desde 2007 a superintendência já abrange cerca de 200 cidades de Minas Gerais e Espírito Santo que possuem algumas características similares ao Nordeste brasileiro. O valor de investimentos movimentados por esses dois estados em 2016 (cerca de R$ 374 mi em ES e R$ 859 mi em MG) já supera estados como Alagoas, Maranhão, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Com a inclusão de 81 cidades mineiras e 3 do Espírito Santo, estendendo a área de atuação do órgão, a previsão é que os investimentos superem os demais estados, desvirtuando completamente a função do órgão. O projeto foi aprovado por 294 votos contra 41 (4 abstenções). Ele segue agora para o Senado onde deve ser votado até o final do ano.
Fonte: Jornal Tribuna da Bahia.