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Desenvolvimento da Baía de Todos os Santos será discutido em fórum

  • 31 de outubro de 2017 - 13:23
(Foto: Mauro Akin Nassor/ Arquivo CORREIO)

Prestes a completar 516 anos, a Baía de Todos os Santos ainda tem muito potencial a ser explorado. Hoje, entre portos, unidades industriais voltadas para o refino de petróleo e a construção naval, a Baía é rodeada por 18 municípios, que respondem por 33,2% da economia baiana, de acordo com dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).  Com novos investimentos, as águas, que banham uma área de 1,2 mil quilômetros quadrados pode fazer de Salvador novamente uma das principais rotas comerciais do mundo, a exemplo da posição que o local ocupou no período colonial, quando era a principal área de embarque do açúcar brasileiro que ia para a Europa.

Embora nem toda a riqueza dos municípios que a BTS banha esteja relacionada a ela, a baía é apontada como principal responsável pela riqueza entre o Porto da Barra, em Salvador, e a Ponta do Garcêz, em Jaguaripe. Caracterizada pela grande disponibilidade de águas tranquilas e profundidade natural atrativas para atividades voltadas ao mar, a BTS tem às suas margens empreendimentos como a Refinaria Landulpho Alves, os estaleiros Enseada e de São Roque do Paraguaçu, além dos principais terminais portuários do estado, responsáveis por movimentar as cargas recebidas e escoadas pela indústria baiana. E isso sem contar o potencial para o desenvolvimento do comércio e de serviços ligados ao turismo.

As oportunidades de investimentos na região serão tema da 3ª edição do Fórum Internacional de Gestão de Baías, que acontece no dia 13 de novembro, a partir das 14h, na sede da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-Ba). “O evento atrai atenções locais e internacionais, ajudando a construir e a divulgar este novo conceito, junto com especialistas para discutir a gestão de baías e a criação da Agência de Gestão da BTS”, destaca um dos organizadores do fórum, Eduardo Athayde, que é diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil e da Associação Comercial da Bahia (ACB).

Promovido pelo CORREIO Sustentabilidade, o fórum irá debater soluções para estimular o desenvolvimento não só da atividade portuária, mas também a atividade turística, a cadeia produtiva da indústria e os transportes aquaviários. “Queremos chamar a atenção para o seu rico patrimônio ainda pouco percebido. É desbravar, conhecer, conservar, explorar sustentavelmente e divulgar este potencial. A Amazônia Azul é única em um mundo em busca de novas identidades”, acrescenta Athayde.

Economia no mar

Em 2014, em ato solene durante o I Fórum Internacional de Gestão de Baías, no Palácio da Associação Comercial da Bahia (ACB), a Baía de Todos os Santos foi declarada como sede da Amazônia Azul. A Baía de Todos os Santos é vista como vetor de crescimento para a prefeitura de Salvador. Segundo o secretário de Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Cláudio Tinoco, a mobilização pela BTS é permanente.  “A gente vem trabalhando na atração de empresas do setor que operam as marinas no país para aumentar esse número de vagas. Já identificamos áreas na região da península de Itapagipe, Cantagalo e no trecho entre a Jequitaia e o Porto de Salvador com bastante desejo de avançar”, afirma. No inicio do próximo mês, a Prefeitura se reúne com a Câmara de Turismo da BTS para discutir um plano de desenvolvimento da área.

Na esfera estadual, nos próximos seis meses entra em uma nova fase na região o Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).  Segundo o Superintendente de Investimentos em Zonas Turísticas da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur), Rondon Brandão do Vale, a previsão é que se inicie neste período a fase de contratação das empresas para execução das obras e dos serviços de consultoria nas intervenções náuticas dentro da baía.

“Em termos de abrangência, a BTS contempla 18 municípios. São ações que preveem o saneamento ambiental destas áreas e outros investimentos que pretendem alavancar ainda mais esse potencial da região enquanto fato de atratividade do mercado como um todo”, adianta.

Uma outra Amazônia

A equivalência de riqueza em comparação com a Amazônia Verde fez com que a Marinha estendesse o conceito para o mar, a fim de definir a mesma importância estratégica de preservação para a costa brasileira.  Hoje, os espaços marítimos brasileiros atingem aproximadamente 3,5 milhões de km². “O mar brasileiro guarda imensas reservas de petróleo e gás, além de outros recursos não-vivos como sal, cascalhos, areias, fosforitas, crostas cobaltíferas, sulfetos e nódulos polimetálicos, que representam importantes fontes de riquezas para o país, além de conter uma grande variedade de organismos marinhos de grande valor biotecnológico”, diz o comandante do 2º Distrito Naval, Almir Garnier Santos.

A Marinha coordena os trabalhos da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), que orienta o desenvolvimento das atividades que visem à efetiva utilização, exploração e aproveitamento sustentável dos recursos naturais da Amazônia Azul. Ainda de acordo com o vice-almirante, a BTS tem participação de extrema importância dentro deste território da Amazônia Azul. “É quase um microcosmo da Amazônia Azul. A área marítima que concentra recursos naturais que garantem o sustento de várias comunidades pesqueiras, serve de via de transporte e para um valioso comércio de cargas vital para economia da Bahia e do Brasil”, pontua Santos.  O papel da Baía também é decisivo na proteção da Amazônia Azul como um todo, defende.

Fonte: Jornal Correio da Bahia.

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