Uma das abordagens cruciais no campo da educação formal, a preparação da juventude para o empreendedorismo é o tema do Ciclo de Debates do Núcleo de Educação e Cultura da Associação Comercial da Bahia (ACB), hoje, às 20 horas, com transmissão através do canal ACB Lives no YouTube. A empresária, jornalista e ativista Monique Evelle é a convidada para falar sobre “Educação e Empreendedorismo: Motivos para investir na Bahia”.
Referência para o empreendedorismo entre pessoas negras, Monique iniciou sua jornada empreendedora aos 16 anos, com a criação do Desabafo Social, laboratório de tecnologias sociais. Fundadora da Inventivos, plataforma de formação de empreendedores, é reconhecida pela Forbes como “30 under 30” e atualmente apresenta o podcast “Caminhos Intuitivos”, na Globoplay.
Como informa a palestrante, cerca de 10 milhões de empreendedores tiveram de encerrar seus negócios estruturados no Brasil no ano passado, de acordo com a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor). “Em contrapartida, aumentou o número de microempreendedores individuais em consequência do desemprego. E este número é o maior desde 2015”, acrescenta Monique.
Ainda segundo Monique, muitos dos novos microempreendedores não se prepararam para a criação de um negócio, não possuem ferramentas, acesso a conhecimentos e capital para gerir seus negócios. “Considerando que empreender é o quarto maior sonho dos brasileiros e que são os pequenos negócios que geram cerca de 27% do PIB do Brasil, precisamos colocar o Brasil no Top 3 do ranking global do empreendedorismo para que as pessoas possam sair do empreendedorismo de sobrevivência e atuar no empreendedorismo por autonomia. E iremos fazer isso começando pela Bahia, sem dúvidas”, convoca a empreendedora.
Coordenador do Núcleo de Educação e Cultura da ACB, o professor Ney Campello acrescenta que, em um país com baixíssima taxa de oferta de educação técnica e profissionalizante, a formação empreendedora é um dever do Estado para geração de trabalho, emprego e renda.
“Dirigidos à juventude que não tem acesso ao ensino universitário, cuja oferta não alcança 20% dos estudantes oriundos do ensino médio, criando os “nem nem”, jovens que não estudam nem trabalham, o empreendedorismo e a economia criativa e solidária, com foco nas mulheres, negros e populações vulneráveis, ganham maior relevo com a crise sanitária, que elevou exponencialmente as taxas de desemprego e evasão escolar”, analisa o educador.
Com o apoio da Fundação Paulo Cavalcanti e do Movimento Via Cidadã, a ACB busca com o Ciclo de Debates promover e estimular uma atmosfera de reflexão e ação sobre a educação no país. “Entendemos que este é um tema que vai nos apontar caminhos para uma educação transformadora das pessoas e do ambiente de negócios”, justifica Campello.
Publicada às quartas-feiras, a coluna mostra a atuação da Associação Comercial da Bahia na defesa do empresariado baiano