Foto: Samuel Barbosa
Dados da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) e Caixa Econômica Federal mostram que devem ser abertas 434,4 mil vagas temporárias entre setembro e dezembro, nos setores da indústria, comércio e serviços, em decorrência do aumento das vendas para o Dia das Crianças, Natal e Ano Novo.
Em relação a 2016, o número previsto para contratações temporárias é 22% maior. Mas é distante do registrado em 2014, quando 490.435 vagas foram abertas, antes de a crise econômica se intensificar e levar ao aumento da taxa de desemprego.
Já a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê a contratação de 72,7 mil trabalhadores temporários para o varejo, recuo de 1,7% em relação aos 73,9 mil postos criados no ano passado.
De acordo com a CNC, a desaceleração da economia diante do cenário de incertezas do segundo semestre deverá levar ao crescimento menor das vendas no Natal, de 2,3%. Em 2017, a alta foi de 3,9% em relação a 2016.
O trabalho temporário é considerado uma oportunidade de recolocação profissional mais rápida no mercado de trabalho formal, além de porta de entrada para o emprego efetivo. Para este ano, a previsão da Asserttem é que 8% dos temporários sejam efetivados no emprego. A associação não forneceu dados sobre efetivação de anos anteriores.
Para a CNC, a taxa de absorção dos trabalhadores temporários será de 19,8%, menor em relação a 2017, quando 23,1% dos contratados em regime temporário foram efetivados nos meses seguintes ao Natal, devido à lentidão da retomada econômica e das incertezas em relação às condições de consumo no início de 2019.
O Natal é a principal data para o comércio, e o pico de contratações temporárias no setor ocorre em novembro e dezembro. Já na indústria, as contratações são feitas principalmente em setembro, segundo a Asserttem. Veja os dados da entidade abaixo:
Segundo a CNC, assim como nos Natais de 2015 a 2017, a temporada de contratações no comércio deverá se estender até o mês de dezembro. Antes da crise, mais de 20% das vagas eram preenchidas até outubro. Nos três últimos anos, esse percentual não passou dos 15%.
Os maiores volumes de contratação deverão se concentrar no segmento de vestuário (47,9 mil vagas), hiper e supermercados (11,5 mil vagas). Os segmentos são, segundo a CNC, os grandes empregadores do varejo, pois representam 42% da força de trabalho e respondem, em média, por 60% das vendas natalinas.
Em terceiro lugar no ranking de contratações está o segmento de artigos de uso pessoal e doméstico (8,8 mil vagas). Os demais são móveis e eletrodomésticos (3 mil) e informática, comunicação, livrarias, papelarias, farmácias e perfumarias (1,4 mil).
Salários
A CNC prevê que o salário de admissão deverá alcançar R$ 1.230, registrando avanço de 3,9% na comparação com 2017. O maior salário de admissão deverá ocorrer no ramo de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos (R$ 1.500), seguido pelas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 1.431). No entanto, esses segmentos deverão ofertar apenas 1,5% das vagas totais a serem criadas no varejo.
Ranking por estados
De acordo com a Asserttem, entre os estados com mais postos de trabalho temporário para o período São Paulo lidera o ranking, concentrando 67,27% das vagas estimadas para o fim do ano, ou seja, 292.230 mil vagas, ante 265.664 registradas em 2017.
Na sequência, aparece o Paraná, com 7,41% dos postos de trabalho, (32.172). Depois, o Rio de Janeiro, que deve ofertar 25.597 novas vagas, o que representa 5,89% no total previsto para o país. Todos registraram aumento em comparação com o mesmo período de 2017.
Fonte: Jornal Tribuna da Bahia