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Estratégias para o comércio internacional

  • 16 de maio de 2016 - 13:05

Apesar do Brasil ser a sétima economia mundial sua participação no comércio global, medida pela corrente do comércio (soma das exportações com as importações) não alcançou 1% em 2015, muito abaixo da participação de 1,41% obtido em 2011. O Plano Nacional de Exportações do governo federal, que vigora até 2018, está estruturado em cinco pilares: acesso a mercados, promoção comercial, facilitação de comércio, financiamento e garantia às exportações e aperfeiçoamento dos mecanismos e regimes tributários para o apoio às vendas externas.

Promover exportações é a preocupação preponderante por parte do governo brasileiro em relação ao comércio internacional,como fica evidente na denominação do próprio projeto: Plano Nacional de Exportações.As diretrizes estratégicas do comércio deveriam estar firmadas em pelo menos três linhas de ação, imprescindíveis para que o País avance e aumente a sua participação no mercado mundial.

Na primeira diretriz se deveria considerar que comércio é um caminho de duas vias, exportações e importações. O modelo adotado pelos asiáticos, por exemplo, de importar matérias primas e insumos, transforma-los e vende-los em outros países, não pode ser preterido. A Embraer teria ficado nanica se não tivesse adotado o modelo atual em que apenas fabrica 1/3 de seus componentes em sua sede em São José dos Campos, importando cerca de 1/3 dos Estados Unidos e 1/3 da Europa, que a transformou num dos maiores fabricantes de aviões do mundo. Os seus fornecedores colaboram com a abertura de mercado e chancelam a venda de um produto diferenciado por possuir zero defeito.

A segunda diretriz estratégica se refere à escolha entre as alternativas produzir o que o mercado está comprando ou vender aquilo que se está fabricando. A primeira delas é muito mais fácil de ser praticada do que a segunda e traz melhor resultado. Assim, os produtores de mangas das margens do Rio São Francisco, ao escolherem as mangas tipo Tommy Atkins, Keitt e Haden,fazem o certo e obtêm sucesso maior do que se estivessem cultivando em suas fazendas, para fins de exportação, as mangas Espada e Rosa, muito conhecidas no mercado doméstico brasileiro e pouco no exterior. Com isso não se quer dizer que não se deve praticar a segunda alternativa. As exportações de cachaça estão no segundo caso, por ser um produto pouco conhecido internacionalmente. Exportações com receita da caipirinha têm avançado nos EUA e Europa e mostrado que cachaça não é rum, porém, o esforço de marketing é bem maior para esta alternativa.

A terceira diretriz, refere-se às exportações de commodities primárias, desaconselhadas por alguns analistas por serem de produtos “in natura” com pouco ou quase nenhum processamento industrial e por possuírem baixo valor adicionado. Aqui deve-se separar as commodities agrícolas das commodities minerais. As commodities agrícolas são produtos renováveis a cada safra, enquanto que as commodities minerais são finitas, esgotam-se com o tempo. A produção de alimentos no Brasil,onde há extensas terras agricultáveis e diante de uma população mundial crescente, sempre será um bom negócio. Para que se torne um negócio ainda mais atrativo é necessário melhorar a logística de seu escoamento, a produção de adubos e fertilizantes, a fabricação de defensivos agrícolas e estímulos à manufatura nacional de máquinas e implementos agrícolas. Adiciona-se a isso uma política de comercialização que mude a atual, passando de uma em que o “ser comprado” seja substituído por outra em que predomine o “saber vender”,fugindo da prática que apenas beneficia o cumprimento dos contratos de venda dos agentes intermediários.

Quanto à exportação das commodities minerais, cuidados especiais merecem a política de preços de modo a estabelecer um preço mínimo de venda. Sabe-se que isso é difícil, mas não impossível, como é ensinado pelos membros da Organização dos Países Produtores de Petróleo – OPEP. Os chineses, principais compradores do concentrado de minério de ferro, não podem ditar a política para os principais fornecedores, Brasil e Austrália. Para tal assertiva cabe ao menos uma especial reflexão sobre se se deve ou não prolongar a vida das reservas minerais, preservando parte delas para gerações futuras.

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