A greve dos caminhoneiros que se arrasta a mais de cinco dias parou a economia da Bahia. Os principais setores econômicos do estado estão sem receber insumos e com suas produções paralisadas ou até com deficiência. Ontem, o governo federal anunciou uma medida que suspende o movimento por 15 dias porém, hoje, os caminhoneiros continuam bloqueando as estradas da Bahia.
Industria: A montadora Ford interrompeu temporariamente as operações da unidade de Camaçari. A unidade, que tem capacidade anual de produção de 250 mil carros, também foi afetada pela greve dos caminhoneiros. A planta de Camaçari gera, aproximadamente, 7,7 mil empregos diretos, entre Ford e parceiros. A empresa não informou quando a paralisação foi iniciada e quantos carros deixaram de ser produzidos no período. Não é apenas a Ford que foi prejudicada pela paralisação. No pólo, a petroquímica Braskem também teve a produção prejudicada. A empresa afirma que lidou caso a caso com os impactos causados pelo protesto dos caminhoneiros no Brasil.
Portos: Além da paralisação dos caminhões, desde o último dia 14 o movimento de carga e descarga no porto de Salvador está parado. Os Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens pedem 38% de reajuste no valor pago pelo frete. Um dos representantes das transportadoras, José Rubem, da José Rubem Transporte e Equipamentos Ltda, afirma que a negociação não avançou. “A situação é a mesma. As negociações deram uma travada hoje (quinta). Amanhã (nesta sexta-feira, 25) vamos ver como está a greve a nível nacional”.
Agricultura: No Norte baiano, o Mercado do Produtor de Juazeiro, um dos maiores do Nordeste, registrou queda de 90 % na entrada de mercadorias na nesta quinta-feira (24), segundo informou a Prefeitura, por conta da greve dos caminhoneiros. Houve protestos de caminhoneiros e mototaxistas nas estradas que dão acesso ao município, o que provocou desabastecimento e alta de preços na Central de Abastecimento, que costuma receber em torno de 200 a 250 caminhões por dia. Diversos produtos também tiveram aumento como a banana, o tomate, repolho.
Comércio: Produtos perecíveis começam a faltar nos supermercados de Salvador a partir desta sexta-feira (25), em consequência dos bloqueios feitos pelos caminhoneiros em estradas federais e estaduais na Bahia. “A partir de amanhã (sexta) fica crítico”, afirma Joel Feldman, presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase). Para produtos que duram em estoque, como itens de higiene e limpeza, ainda há disponibilidade de abastecimento por 15 dias. Mas Fedman afirma, no entanto, que alguns produtos perecíveis estão com super preço e tiveram até 100% de aumento. “Não tem produtos em muitos locais, e quem tem tá aumentando o preço”, explica.
Fonte: Bahia Econômica