Ao todo são mais de 400 imagens de mestres oitocentistas como Victor Frond, Benjamin Mulock, Guilherme Gaensly e Rodolfo Lindemann, dispostas em quatro edições e divididas em quatro temas: Vistas da Cidade da Bahia, Cidade Alta; Cidade Baixa e Transportes na Cidade da Bahia. Para acompanhar as imagens estão textos já publicados do historiador Cid Teixeira, 92 anos.
De acordo com o organizador da obra, o artista plástico e editor Fernando Oberlaender, a publicação é uma homenagem ao professor, a quem a Bahia possui uma dívida de gratidão. “Fizemos uma compilação dos textos dele, mantendo a oralidade característica desse historiador que fechava os olhos e abria o acervo de conhecimento e memória sobre a primeira capital do Brasil”, conta Oberlaender, ressaltando que o importante é que o leitor tenha a impressão de ter o professor conversando sobre a história da cidade.
A pesquisa para montar a publicação levou quatro anos. “A ideia inicial era lançar nos 90 anos do professor Cid. Não conseguimos e lançamos agora para comemorar os 92 anos”, completa o editor, destacando que cada publicação segue características de organização distintas. Em Vistas da Cidade da Bahia, por exemplo, as imagens estão por ordem autoral, numa homenagem feita aos fotógrafos.
Em Cidade Alta e Cidade Baixa as imagens seguem uma ordem de localização. Já as imagens apresentadas em Transportes da Cidade da Bahia seguem a evolução da cidade, partindo dos transportes que usavam a tração humana até os bondes e barcos que movimentaram a economia na Baía de Todos os Santos. Os livros serão comercializados como coleção ou individualmente.
O professor e historiador Cid Teixeira está com 92 anos e, embora esteja com um quadro de saúde delicado, até bem pouco tempo permanecia na ativa (Foto: Divulgação) |
Professor da Bahia
Vale salientar que o homenageado com a publicação nasceu em Ilha de Maré no dia 11 de novembro de 1924. Aos 12 anos, o primeiro dos cinco filhos de Cidália e José foi admitido no Ginásio da Bahia para cursar o ensino ginasial e o complementar. Em 1944, o jovem ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, mas nunca advogou. Foi como funcionário do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, desde a época de estudante, que Cid descobriu sua verdade paixão: a história.
Depois de um concurso para a rede estadual de ensino secundário, ele ingressou no magistério e fez livre docência para a cadeira de história, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Foi professor na Universidade Federal da Bahia e Universidade Católica, ensinando a diversas gerações de profissionais.
A voz grave e marcante não fez sucesso apenas nas salas de aula e auditório. Em 1967, ele apresentou o programa Pergunte ao José, na Rádio Cruzeiro da Bahia, que se transformou num sucesso do rádio baiano. Na rádio Cultura da Bahia comandou o Enciclopédia Cultura e na Rádio Educadora da Bahia o Projeto Minerva.
A mente irrequieta de Cid encontrou ainda tempo para atuar como colaborador em diversos jornais: começou no Diário da Bahia, foi colaborador de A Tarde, editorialista do Jornal da Bahia, chegando mesmo a ser editor chefe da Tribuna da Bahia, além de ser autor de títulos como A Bahia em Tempo de Província; Nordeste Histórico e Monumental, História do Petróleo na Bahia, História da Energia Elétrica na Bahia, História da Mineração na Bahia e Caminhos, Estradas e Rodovias. Em 1993, passou a ocupar a cadeira 19 na Academia de Letras da Bahia.
FICHA
Coleção: Salvador, uma Viagem Fotográfica
Vistas da Cidade da Bahia – R$ 100
Cidade Alta – R$ 120
Cidade Baixa – R$ 120
Transportes na Cidade da Bahia – R$ 100
Coleção: R$ 400
Editora: Caramurê
Fonte: Jornal Correio da Bahia.