Walter Pinheiro, presidente da Tribuna, destacou que a publicação acompanhou a evolução da sociedade baiana, durante o evento que comemorou na noite de ontem os 50 anos do jornal, na Associação Comercial da Bahia. “Há 50 anos Salvador abrigava cerca de um milhão de habitantes, tinha menos de 100 mil veículos e apenas cinco emissoras de rádio, todas AM, já que o FM não existia. Canal de televisão até então só havia um, a TV Itapoan. Após isso, chegou a TV Aratu, também em 1969, irmã siamesa da Tribuna”, relembrou.
O vice-presidente, Marcelo Sacramento, destacou o prestígio que o jornal tem ao receber a cúpula política baiana no evento. “A gente está recebendo aqui a Bahia, representantes dos mais variados setores da Bahia, trazendo seu abraço, carinho e os parabéns pelos 50 anos na Tribuna da Bahia. E é com muito orgulho que, fazendo parte desse grupo que faz a Tribuna existir, que fez nascer, sobreviver e chegar aos dias de hoje completando 50 anos, com as dificuldades que já existiram e que existem, é com muita emoção que a gente chega nesse dia e faz essa comemoração. É nesse momento que a gente encontra forças para continuar trabalhando e vencendo as dificuldades, buscando fazer desse amor que todos nós temos, fazendo a força para que ele consiga sobreviver e se mantenha vivo pelos próximos anos”.
O diretor de redação, Paulo Roberto Sampaio, está na Tribuna desde o seu início. “São 49 anos e meio de jornal. E 40 anos editor-chefe e diretor de redação. Acho que a história da Tribuna foi escrita página por página ao longo desses 50 anos. Mas sempre em uma linha reta, uma linha que procurou acima de tudo preservar a informação, a independência e a verdade”, apontou.
O jornalista e empresário Joaci Góes, que durante 27 anos esteve à frente do jornal, ressaltou a relevância que a Tribuna mantém no meio político. “Para mim, a Tribuna é como se fosse uma catedral que é construída ao longo de gerações. Cada operário, cada arquiteto, cada administrador, cada um que colocou um tijolo neste edifício que resiste ao tempo, tem todos os motivos para se sentir feliz com uma festa dessa envergadura, que nunca houve do gênero na Bahia. Um órgão celebrar 50 anos com toda essa expressão que vimos aqui hoje”, destacou.
Novo Procurador-Geral da República, o baiano Augusto Aras foi o convidado ilustre da noite de aniversário da Tribuna da Bahia. Em sua fala, o jurista destacou a bravura com que a publicação enfrentou a ditadura e a opressão dos poderes ao longo dos seus 50 anos de história.
“A Tribuna sobreviveu em um país que estava submetido à censura em suas redações ou deveria guiar previamente as matérias que seriam publicadas. Algumas eram objeto de apreensões nas oficinas e nas bancas. E o conteúdo dos jornais era substituído por poesias, textos de literatura ou de culinária. Ou eram deixados em branco, como forma de denúncia e protestos”, discursou para uma plateia de convidados ilustres.
Aras saiu do roteiro e pediu a palavra para relembrar a presença constante da Tribuna em sua biografia, a exemplo da entrevista exclusiva concedida ao jornal na edição da virada do ano de 2019. Ele ressaltou ainda que é “imprensa livre o primeiro suporte do ambiente democrático”. “Como disse Ruy Barbosa, a imprensa é a vista da nação. Por ela é o que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe”.
Fonte: Jornal Tribuna da Bahia