Para celebrar o Dia da Consciência Negra (20 de Novembro), quatro museus estaduais estão com programação especial neste mês. São eles: Centro Cultural Solar Ferrão, Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, Museu Tempostal (estes localizados no Pelourinho) e o Parque Histórico Castro Alves (Cabaceiras do Paraguaçu, Recôncavo baiano). Confira abaixo.
1 – 20 Anos do Museu Tempostal
Em parceria com o Grupo Contadeiras, o Museu Tempostal prepara uma contação de história especial em comemoração ao Novembro Negro e também ao aniversário de 20 anos do museu. A ação será uma retrospectiva histórica contada pelo personagem ‘Marcelino’ – referência ao sergipano Antônio Marcelino que reuniu uma coleção de 30 mil postais, estampas e fotografias que deram início ao Museu Tempostal. Hoje o museu reúne cerca de 40 mil imagens datadas do final do século XIX e meados do século XX, representam imagens de valor histórico, artístico e documental, não só da Bahia e do Brasil, mas também de diversos países do mundo, sobre as mais variadas temáticas. A atividade aberta ao público acontece no dia 21 (terça-feira), às 15h. Além disso, o Novembro Negro será lembrado com Capoeira, Samba de Roda, entre outras atividades em parceria com o Colégio Estadual Azevedo Fernandes.
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(Foto: Divulgação) |
Visitação: terça a sábado, das 13h às 17h
Entrada: grátis
Contato: Rua Gregório de Mattos, 33, Pelourinho, Salvador (BA) – (71) 3117-6383
2 – Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica
No Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica acontece o projeto ‘Somos parte de você’, em parceria com a educadora social Carla Pita. Contempla bate-papo com a professora a partir de jogos educativos. Os encontros acontecem dias 16 e 23 (a partir das 9 e das 14h) e dias 29 e 30 (a partir das 14h), com temas específicos, no museu, com grupos de jovens de 15 a 20 anos de escolas parceiras, mas também é aberto ao público em geral.
No dia 16 (quinta-feira), acontece o jogo Coroação e a roda de conversa “Somos parte de você: mulheres negras e o seu lugar na sociedade”. “O encontro dará conhecimento às figuras femininas negras e seu papel na sociedade. A partir do jogo educativo desenvolvido pela educadora chamado ‘Coroação’, com o foco em jovens e adolescentes, o objetivo é dar visibilidade à história e papel de mulheres negras e despertar o olhar diferenciado sobre esse grupo, dispensando estereótipos ou preconceitos, trazendo à tona, no espaço de memória (que é o museu) outras histórias e memórias de grupos étnicos da sociedade, valorizando-as e comunicando-as”, informa a coordenadora do museu, Renata Alencar. “É uma ação inspirada no brincar, com a finalidade de contar e recontar a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana para jovens e adolescentes”, diz a educadora Carla.
No dia 23, com o tema “Somos parte de você: a África não é um país e ela faz parte de nós!” terá um quebra cabeça sobre países africanos, a roda de conversa e uma oficina de pintura em azulejo. Já nos dias 29 e 30, a temática “Somos parte de você: na rota da consciência negra” traz um jogo de alta complexidade, com leitura e formação de palavras, que trabalha a coordenação motora, o raciocínio e a concentração, colocando em foco, nomes de lideranças dos direitos civis nos Estados Unidos.
Continua em cartaz (até 9 de dezembro) a exposição ‘Os Meninos do Pelô não apenas sabem tocar tambor: também apreciam música, literatura e obras de arte’. Durante este mês serão programadas visitas com o público de pais e estudantes e apresentação de Capoeira e Maculelê com o professor Adriano Ratinho. A exposição reúne obras criadas pelos alunos do Colégio Estadual Azevedo Fernandes. A mostra – projeto desenvolvido pelo ‘Mais Educação’, coordenado pelas professoras Adriana Santana e Carla Monteiro em parceria com o museu e o LabDimus (Laboratório de Educação Digital: Museu, Arte e Cultura) – reúne 20 peças de pintura em azulejo, 12 pinturas em tela e garrafas decoradas.
Visitação: terça a sábado das 13 às 17 horas
Entrada: grátis
Contatos: Rua Frei Vicente, 03, Pelourinho – Salvador (BA) – (71) 3117-6389
3 – Solar Ferrão – instrumentos africanos e afro-brasileiros
A Coleção de Instrumentos Musicais Tradicionais Emília Biancardi – em exposição no Centro Cultural Solar Ferrão – apresenta um acervo com mais de mil peças coletadas e recriadas nos cinco continentes, com destaque especial para os instrumentos musicais indígenas brasileiros, além dos africanos e afro-brasileiros. Emília Biancardi é etnomusicóloga e empreendeu importantes pesquisas em busca de entender a experiência humana na criação de sons, coletando, criando e recriando instrumentos musicais.
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(Foto: Divulgação) |
Também dá para visitar a sala dos instrumentos africanos e afro-brasileiros:
No início da colonização do Brasil, introduzido pelos portugueses, existia outro tipo de berimbau, tocado de boca, que caiu em desuso: trompa de Paris, harpa de boca ou guimbarda. Atualmente existem na Bahia três variedades de berimbaus: Gunga ou berimbau de barriga (possui uma cabaça grande e produz um som grave), Médio (que possui uma cabaça de tamanho médio) e Berimbau Viola (de som agudo, cabaça de tamanho pequeno).
Visitação: terça a sábado, das 13 às 17h
Entrada: grátis
Contatos: Rua Gregório de Mattos, 45 – Pelourinho, Salvador (BA) – (71) 3116-6743
4 – Parque Histórico Castro Alves
“O Parque Histórico Castro Alves vem saudar o Novembro Negro, utilizando como chave a cultura e a educação para quebrar o discurso discriminatório social que ainda hoje aprisiona parte da população negra. A cultura e educação visa fomentar a consciência da necessidade da luta diária contra o racismo e ensinar a tomar posse da sua cultura ancestral com respeito e admiração para tornassem protagonistas da sua própria historia”, explica Diogenisa Oliva, coordenadora do PHCA.
Durante todo mês de novembro, as visitas monitoradas serão voltadas para importância dos negros na vida e na obra de Castro Alves. A biblioteca do Parque Histórico Castro Alves, com o Projeto Sopa de Letras que visa estimular a leitura infantil por meio da contação de histórias, vai trabalhar a história ‘Menina Bonita do Laço de fita de Rute Rocha’, visando a valorização da beleza negra.
No dia 21, às 19h, terá apresentação do Boinho do Painho, um projeto com as crianças e adolescentes da comunidade de Cabaceiras do Paraguaçu que visa o resgate da cultura. No Novembro Negro apresentará a história do ‘Negrinho do Pastoreio’ através de Samba de Roda.
Também no dia 21/11, mas às 19h, acontece o Sarau do Novembro Negro – Muito Samba e Poesia na noite do PHCA, com Priscila Sales e convidados. Nessa noite será comemorada a riqueza da musicalidade das raízes africanas. Além disso, durante o sarau acontece uma oficina de turbantes Africanos, visando à valorização da ancestralidade e da cultura negra.
Visitação: terça a domingo, de 9 às 13h
Entrada: grátis
Contatos: Praça Castro Alves, 106, Centro – Cabaceiras do Paraguaçu (BA) – (75) 3681-1102
Fonte: Jornal Correio da Bahia.