Capital da Amazônia Azul, paralelo feito para se referir aos 3 milhões e meio de km² que abrigam espécies só existentes no Brasil, Salvador sediou, nesta quinta-feira (7), a palestra inaugural do projeto Economia do Mar. A apresentação foi feita pelo diretor do WWI no Brasil e coordenador da Comissão de Economia do Mar da Associação Comercial da Bahia, Eduardo Athayde; o presidente da Petrobahia, Thiago Andrade; e o presidente da Posidonia, Abrahão Salomão.
Dentre os dados apresentados, os palestrantes ressaltaram que relatórios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que nove em cada 10 investidores estão interessados em financiar a economia oceânica sustentável como fonte de alimentos, parques eólicos offshore (no mar), prospecção mineral, turismo e transportes navais descarbonizados.
O presidente da Petrobahia afirma que, na visão da distribuidora, a importância do projeto é desenvolver toda uma economia associada, literalmente, ao mar. “Estamos trabalhando para buscar uma estrutura de fornecimento de combustíveis marítimos para fomentar o desenvolvimento da economia do mar”, disse Andrade.
Segundo o CEO da Petrobahia, o objetivo da palestra desta quinta foi estreitar a relação com a sociedade, falar um pouco sobre a economia do mar e do dinamismo que ela precisa. “Nosso foco é transformar a Baía de Todos-os-Santos (BTS) em um polo de abastecimento, efetivamente, de combustíveis marítimos e gerar o desenvolvimento de toda a economia que gira em torno disso”, finalizou Andrade.
De acordo com os palestrantes, a preservação dos ecossistemas costeiros para garantir a subsistência das comunidades locais e como um local para lazer e entretenimento, estão no foco das “finanças azuis” orientadas no Brasil pelo Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (ONGC). De acordo com dados apresentados nesta quinta, as rotas marítimas movimentam cerca de 95% dos bens comercializados por um PIB global de 90 trilhões de dólares e, somente a Bahia, com 53 municípios litorâneos, possui a maior área costeira da Amazônia Azul (1.605 km) do país.
O subprocurador-geral da República, Luiz Augusto Santos Lima, que esteve na palestra, também ressaltou a importância da iniciativa. “A Amazônia Azul tem um potencial extraordinário e ainda pouco visualizado pela população brasileira, e esse potencial precisa ser divulgado”, concluiu.
A Amazônia Azul é um conceito cunhado pela Marinha do Brasil, baseado na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) que estabeleceu uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE) marítima de 200 milhas náuticas de largura para todos os países costeiros. No Brasil, esta ZEE forma um território molhado de 4,5 milhões de km² que circunda toda a costa brasileira, uma área maior do que a Amazônia verde, onde a camada líquida, o solo e o subsolo marítimo (pré-sal) – de riqueza incalculável – foram agregados ao patrimônio nacional.
*Com orientação da subeditora Fernanda Varela*
Fonte: Correio 24 horas