O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), subiu o tom das críticas contra o governo estadual nos últimos dias. O acirramento entre as gestões municipal e estadual se acentuou muito com o anúncio da construção do Centro de Convenções pela prefeitura da capital. “O que me motivou a entrar nessa discussão não foi dar golpe em adversário meu. O que me motivou foi ter visto Salvador passar tantos anos sem o equipamento”, afirmou o democrata, em entrevista exclusiva à Tribuna. Com grandes chances de enfrentar o governador em 2018, o gestor soteropolitano deixa claro que a insegurança pública no Estado deve ser o principal tema da próxima campanha. “A gente percebe que ele [Rui Costa] procura se esquivar da responsabilidade, dizer que os problemas de violência derivam de questões sociais. É verdade que também derivam, mas isso não justifica de maneira alguma que o governo tenha perdido a guerra para a criminalidade e para a violência”. Entre outros assuntos, o democrata descarta ser candidato à Presidência no ano que vem, desacreditando também nas candidaturas de Lula e Bolsonaro. No entanto, ele afirma que o DEM está sim em busca de um nome para a chapa nacional.
ACM NETO apresentou alguns números da sua gestão em números. Na área da saúde, foram recuperadas ou construídas 178 unidades, entre postos de saúde, UPAS e SAMU. Na Educação, foram construídas, reconstruídas ou reformadas 216 escolas e CMEIs.
Por Osvaldo Lyra e Paulo Roberto Sampaio
Tribuna da Bahia – Cinco anos à frente da prefeitura. O senhor, com certeza, encontrou grandes desafios e vai enfrentar vários outros até o final da sua gestão. O que mais o preocupa e o que mais Salvador precisa?
ACM Neto – De uma maneira geral, diria que o principal desafio da cidade é no campo econômico. Salvador é uma cidade muito pobre, que tem uma base econômica muito concentrada, e isso tudo gera uma desigualdade social evidente. Os números de desemprego, apesar de estarem melhorando nos últimos meses, ainda são muito acentuados. Então, diria que o grande desafio de Salvador, pensando no futuro, é dinamizar a sua base econômica, diversificar essa base, gerar novas oportunidades de investimentos e empregos. E foi exatamente por isso que o foco principal desse nosso segundo mandato esteve manifestado no programa Salvador 360, que prevê 360 ações em oito eixos diversificados. Algumas ações que vão ter impacto a curtíssimo prazo e outras a médio e longo, mas que vão confluir nessa ativação da atividade econômica de Salvador. Enxergo a diminuição da pobreza e da desigualdade social a partir de novas oportunidades econômicas, sobretudo, para as classes menos favorecidas da sociedade.
Tribuna – Quais as obras estruturantes que o senhor considera ter feito até agora e que pretende tocar até o final do seu mandato, que vão marcar a história de Salvador?
ACM Neto – São muitas, tanto as que fizemos e as que vamos fazer. De maneira mais atual, o que está em curso previsto é o BRT, que nós devemos já agora na primeira semana de novembro assinar um contrato com a empresa vencedora da licitação. As obras vão começar logo no início de 2018. Inclusive, terá um impacto grande de geração de emprego no decorrer das obras e depois, claro, como solução de mobilidade urbana. Também tem o Hospital Municipal, que vamos inaugurar no começo de 2018. Há uma previsão de que a primeira etapa seja inaugurada em março. Agora tem o Centro de Convenções Municipal, que nós pretendemos iniciar as obras no começo de 2018, com um prazo aproximado de 12 meses para a conclusão dessas obras. Quando a gente vai focalizar em setores da cidade, eu destacaria o conjunto de obras de requalificação da Orla de Salvador, que agora vão vivenciar a sua segunda etapa. Fizemos 13 trechos na primeira etapa e agora vamos dar seguimento a mais 10 trechos de requalificação. Outra ação importantíssima foi o conjunto de investimentos no Centro Histórico da cidade, que vão desde a requalificação completa da Avenida Sete, da Praça Castro Alves, do Terreiro de Jesus, passando pela implantação da Casa do Carnaval, requalificação da Praça Cairu, requalificação do Museu da Música Brasileira, do Museu da História da Cidade com Arquivo Público, investimentos no Comércio, requalificação da Colina Sagrada (o projeto ficou pronto e é algo que enche os nossos corações de expectativas).
Fonte: Jornal Tribuna da Bahia.