No Santo Antônio Além do Carmo, uma viagem que sai do Marrocos para a Argentina, com escala na Itália, demora 3 minutos. Um trecho de 260 metros da Rua Direta de Santo Antônio, no Santo Antônio Além do Carmo, Centro Histórico, abriga três ícones da diversidade gastronômica de Salvador. Em pouco mais de 317 passos, dá para sair de um banquete marroquino com cuscuz e chá de hortelã para um autêntico almoço argentino. Ah, e no meio do caminho tem um jantar italiano, feito a quatro mãos, que acontece toda quinta-feira. A fim de se aventurar por delícias tão diferentes? Vem com a gente!
África
Você já comeu um autêntico cuscuz marroquino? A versão da iguaria servida pelo marchand Dimitri Ganzelevitch numa generosa tigela tem grãos de trigo e sete legumes: cenoura, abóbora, berinjela, cebola, nabo (eventualmente), abobrinha, tomate e repolho. Ele ainda acrescenta grão de bico e uma proteína, que pode ser frango, peixe ou carneiro. Para acompanhar, dois molhos: um no qual se cozinhou a carne, bem levinho. O outro, chamado Harissa, é vermelho, aromático e apimentado. A recomendação é diluir um pouco do segundo no primeiro e pôr na comida. O resultado é fantástico.
O cuscuz marroquino de Dimitri Ganzelevitch: verdadeiro banquete (Fotos de Angeluci Figueiredo) |
De beber, vinho tinto, água e chá de hortelã. Os jantares podem ser organizados nas terças, quartas, quintas e sextas, custam R$ 100 por pessoa e precisam ser agendados (71 3242-6455), para um mínimo de 15 pessoas. Na varanda do casarão colonial do século 19 (nº 177), com vista para o mar, cabem até 20.
O chá de hortelã é uma das bebidas do banquete do Marrocos |
Europa
Toda quinta-feira, do pôr do sol até 22h, dois amigos italianos que moram no Santo Antônio se reúnem para uma festa do paladar. Fernanda Cabrini recebe, na Pousada do Boqueirão (nº 48), o chef Alessandro Narduzzi, no projeto Quintas com Narduzzi. “Muita gente perguntava por mim, mas eu ando fazendo só consultoria. Aqui dá para atender aos amigos com clássicos de minha carreira e também fazer coisas novas”, conta ele. Tudo é artesanal e individual, dos pães à porqueta. Os papardeles vêm com uma carne de caça. Já teve paca, veado e pato. Tudo muito gostoso.
Salada de camarão na laranja de umbigo (R$ 28), do Quintas com Narduzzi, na Pousada do Boqueirão |
Destaque para a Salada de camarão na laranja de umbigo (R$ 28), o Involtini de berinjela ao forno (R$ 28), o Espaguete à pescadora (R$ 60) e o Linguine ao pesto e camarão (R$ 50). O lugar é lindo e comporta até 35 pessoas. Por isso, é bom reservar (71 3241-2262). Cartão só de débito.
Involtini de berinjela ao forno (R$ 28) é outra delícia do Quintas com Narduzzi |
América do Sul
O menu do Pysco (nº 42) tem várias opções internacionais. Difícil não destacar a que dá nome ao restaurante, o drinque peruano Pisco Sauer (R$ 18), que é uma mistura de sumo de limão, clara de ovo e pisco (aguardente de uva), finalizado com três gotas de Angostura (uma infusão alcoólica de ervas).
O drinque peruano Pisco Sauer (R$ 18) é um dos destaques do cardápio do Pysco: gostinho de limão |
A receita foi lembrança de um dos lugares onde o dono, o barman Frederico Olazabal, já trabalhou. Ele já morou no Chile e no Peru, mas nasceu na Argentina. De seu país vêm dois itens do cardápio. O Cordeiro ao molho malbec com pimentões defumados e assados: acompanha cuscuz marroquino e salada de manga e rúcula (R$ 68, individual) e a Patagônia, uma sopa cremosa de funghi ao vinho tinto com creme de leite e especiarias (R$ 40). O sabor é forte e defumado. “É do mesmo jeito que fazem no sul da Argentina”, conta ele. Com o pão caseiro feito em panela de ferro fica imperdível. Tel.: 71 99709-1513.
A Patagônia é uma sopa cremosa de funghi ao vinho tinto com creme de leite e especiarias: R$ 40, no Pysco |
Fonte: Jornal Correio da Bahia.