A primeira Associação Comercial do Brasil

A Associação Comercial da Bahia foi fundada em 15 de julho de 1811, atendendo a três desejos: – dos comerciantes, para terem um local condigno onde pudessem se reunir regularmente e aí realizar seus negócios, como já vinham fazendo há anos, na própria Cidade Baixa; – do Vice-Rei do Brasil, D. Marcos de Noronha e Britto, VIII Conde dos Arcos de Val de Vez, interessado no desenvolvimento da província que governava, sede do maior porto do hemisfério sul na época, já aberto, desde 1808 às “nações amigas”; – do Príncipe Regente, D. João VI, de promover o progresso da Colônia, sede provisória da Corte Portuguesa.

O Palácio, construído no terreno remanescente da bateria de São Fernando, cedido pela Corte, mas custeado inteiramente por subscrições dos comerciantes da Bahia, foi solenemente inaugurado às 10:00 horas da manhã do dia 28 de janeiro de 1817, com bênção, orquestra e pompa, os convidados ricamente vestidos e as senhoras, “convidadas para um copo d’água”, trajadas com máximo luxo e riqueza. Os “negociantes da Praça da Bahia”, reconhecidos, ofereceram a D. Marcos uma espada de ouro”.

Atuação História

1846 – instituiu um “Curso de Contabilidade por Partidas Dobradas e Geographia”, dirigido especificamente aos comerciantes, seus filhos e empregados, suprindo uma falta aguda de guarda-livros e elementos treinados em administração comercial.

1849 – importou, da Inglaterra, a primeira bomba contra incêndio em Salvador, com mangueiras e escada de molas, encarregando-se, ela mesma, da sua operação, até transferi-la para a Sociedade de Voluntários Contra Incêndios, uma companhia independente, à qual doou o equipamento.

1855 – teve atuação marcante na epidemia de “cólera-morbus”, tomando a frente das ações comunitárias em favor das vítimas e oferecendo sua própria sede para seu atendimento.

1865 – liderou as ações humanitárias para socorrer as famílias dos militares perecidos ou mutilados na Guerra do Paraguai, promovendo uma subscrição entre os negociantes da Praça, sem distinção de nacionalidade.

1874 – adquiriu na França e fez erguer um monumento em comemoração das vitórias conquistadas na Guerra do Paraguai na Praça Riachuelo, custeando toda sua urbanização, juntamente com a Praça Conde dos Arcos e a Praça Deodoro da Fonseca, cuidando da sua manutenção e conservação.

1902 – voltou a auxiliar a corporação dos bombeiros, transformando-a em guarda noturna, assumiu seus débitos e re-equipou-a com uniformes e todo o material adequado, doando-lhe duas novas bombas, compradas na Europa.

1905 – patrocinou a fundação da Escola do Comércio da Bahia e defendeu os interesses da nova instituição perante o governo e a classe empresarial.

1911 – no ano da comemoração do primeiro centenário da sua fundação, financiou a reconstrução total da Praça Deodoro da Fonseca.

1917 – em reconhecimentos da sua atuação em defesa de causas da sociedade e dos interesses das classes empresariais, foi declarada de utilidade pública pela Lei Federal no. 3.330.

1941 – foi considerado Órgão Técnico Consultivo do Poder Público pelo Decreto Federal no. 8.130.

1970 – liderou o movimento da iniciativa privada, somando esforços com o Governo do Estado, para a implementação do Polo Petroquímico de Camaçarí, cujo ato de constituição foi assinado em solenidade realizada no seu Palácio sede, em outubro de 1971.

Do passado recente, vale destacar o importante papel da Casa na coordenação de todas as entidades de representação empresarial da Bahia na tentativa de impedir a liquidação do Banco Econômico e seu empenho na promoção do projeto de autoria do Vice-Presidente da República, Marco Maciel, quando Senador, de criação de Câmaras de Arbitragem. Atualmente, a Associação Comercial da Bahia lidera a campanha em prol da revitalização do bairro do Comércio, não só para que retorne à sua antiga condição de centro financeiro da cidade, mas também para modernizá-lo, inclusive no aspecto turístico.

Missão

Orientar os associados e os empresários baianos e defender-lhes os interesses coletivos.

Visão

– Participar efetivamente do processo de decisão nas diversas áreas governamentais;

– Constante redução da atividade do Estado nos setores produtivos da economia, notadamente naqueles em que compete com a livre iniciativa ou nos que devam, por natureza, ser afetos à empresa privada;

– Permanente fiscalização da atuação governamental, sobremodo na questão fiscal, tendo em conta a grande carga tributária existente e o dever da correta aplicação dos tributos;

– Eficácia das políticas de desenvolvimento, com vistas à redução dos desníveis entre o Nordeste e o Centro Sul, inclusive com a participação de empresários nos órgãos de formulação e execução dessas políticas;

– Estabelecimento crescente de canais diretos de comunicação com os membros do Poder Legislativo, Federal, Estadual e Municipal, no encaminhamento de propostas e alternativas de interesse do empresariado.

Valores

– Foco no associado: Preservação do principio da livre iniciativa e a salvaguarda da economia de mercado;

– Atuação efetiva na sua defesa em geral, como classe, contra atos do Poder Público, quando já praticados;

– Formulação de políticas, através de mecanismos de influência.